31 janeiro, 2007

Aborto- O Post final

Será este o meu ultimo post, se nada de extraordinário acontecer, sobre este tema, antes do referendo de 11 de Fevereiro. Procurarei, num post um pouco mais longo que o habitual, sintetizar tudo o que fui dizendo nos ultimos meses, fundamentando a minha opinião sobre o meu sentido de voto, no próximo referendo. Tentarei ainda, elucidar o leitor sobre uma panóplia de questões que foram sendo levantadas ao longo das ultimas semanas, e que julgo, ser da máxima importância esclarecer, para que o voto, independentemente do sentido que ele tenha, ser um voto consciente e esclarecido.

Interessa talvez esclarecer, e na unica menção política que pretendo fazer ao longo da dissertação que se segue, que tendo eu responsabilidades políticas no Partido Social Democrata, esta é uma opinião independente, a opinião do cidadão Tiago Mendonça, que não pode nem deve ser considerada representativa de um partido ou de uma juventude partidária. Mais, a este respeito, salientar que o Partido Social Democrata foi o único dos partidos com assento parlamentar, que não condicionou o voto dos seus habituais apoiantes, não enveredando pela fácil e perigosa demagogia dos partidos da esquerda radical, que vão sobrevivendo um pouco por via desta bandeira, do Partido do Governo que teve, quanto a mim, uma posição absolutamente miserável, na medida em que politizou, e muito, um debate que deveria derivar da livre reflexão das pessoas, enquanto seres singulares, e ainda pela posição, ainda que menos vincada e mais elevada, do CDS-PP, que apesar disso tomou posição pelo não, e disciplinou, de certa forma, o sentido de voto do " seu " eleitorado.

Felizmente, já ninguém, se excluirmos claro, os mais fundamentalistas, radicais e fanáticos, que são sem duvida uma minoria, tem duvidas que há vida às 10 semanas. Às 3 semanas bate um coração, as 6 semanas podem ser detectadas ondas cerebrais, as 10 semanas o feto tem dentes de leite, chucha no dedo, e tem centenas de milhares de vezes o seu tamanho habitual. Perante esta questão, a dúvida que se coloca é se devemos optar pelo valor vida ou pelo valor opcção livre da mulher.

Talvez seja importante, ainda antes de continuar, afirmar que fundamentarei a minha argumentação precisamente no binómio da opcção entre o valor vida e o valor opcção da mulher, afastando-me de duas situações que penso serem importantes serem referidas, ainda que de forma sumária : Em primeiro lugar, afirmar que a nossa Constituição prevê o direito à vida, pelo que existindo Vida, tenho sérias duvidas, ou melhor, tenho quase uma certeza de que uma lei deste género terá uma cobertura total no domínio da lei constitucional. Ou seja, podemos estar a responder a uma pergunta constitucional, que abre portas a uma lei inconstitucional. Por outro lado, uma breve referência, até porque já abordei o tema muitas vezes no blogue, que se prende com a inexistência de condições estruturais na nossa sociedade para termos entre nós uma lei deste tipo. Primeiro, temos que salvaguardar que o aborto seria uma super exepcção e não uma banalidade ( Falam, tanto os apoiantes do Sim com os do Não, em 18000 abortos ilegais o que não configura, obviamente uma exepcção mas sim uma banalidade), e nessa medida, impoe se uma efectiva distribuição gratuita de preservativos, a melhor e maior informação sobre os postos de apoio à mulher grávida, estabelecer-se políticas de incentivo à natalidade, informar sobre os efeitos nefastos de prácticas como tomar a pilula do dia seguinte ( mais de 35% das jovens entre os 15 e os 19 anos ja tomaram) . Só depois de tudo isto, se pode pensar na lei. Com estes dois argumentos, poderia terminar a minha dissertação. Mas, como já nem me supreende a possibilidade de uma revisão constitucional e a ocultação da inexistências destas estruturas, continuarei, a partir do ponto, em que ficámos mais em cima: A opcção entre o valor vida e o valor livre opcção da mulher.

Esta opcção não é, como quase todas as opcções que fazemos na vida não são, uma questão de tudo ou nada. Nem o mais ceptico a liberalização do aborto poderá dizer que prevalece sempre o valor vida, como o mais radical defensor do Sim, não poderá, em boa verdade, querer que nunca prevaleca o valor vida. O legislador, na sua mais elevada, sabedoria, preveu três casos onde o valor opcção da mulher pode prevalecer, numa lei que é das mais liberais e amplas da Europa : A mulher pode abortar, até para além das 10 semanas, em caso de violaão, de perigo de vida pessoal ou em caso de má formação do feto. O exercicio que proponho o leitor a fazer é simples: Numa reflexão pessoal auto-questione em que mais situações considera plausivel prevalecer o valor opcção da mulher. Eu fiz essa pergunta a mim mesmo, e não encontrei nem mais uma situação onde o valor vida deva ser subtraido em detrimento do valor opcção da mulher. Coloco as minhas mais sérias duvidas que mais alguem, estando de boa fé, a possa encontrar. Poderá ainda o leitor perguntar e num caso onde tudo falhe ( A pilula falhou, o preservativo rebentou e não se deu por isso pa se tomar uma pilula do dia seguinte- a possibilidade de estes factores acontecerem cumulativamente é de 1 para 6 milhões-) Devo aqui referir que este argumento é demagógico, pelo que nenhuma lei pode cobrir 100% dos casos. Esta lei, estatisticamente cobre 5999999 de casos. Existindo 18000 abortos por ano, como podem perceber teriamos que esperar séculos para a lei falhar.

Chegada à conclusão simples, eficaz e comprovada, até pelas sondagens que provam que quantos mais dias de debate há, menos apoiantes tem o Sim, percebemos facilmente, que a questão central e nuclear desta problemática está resolvida : Sim deve poder existir aborto, em caso de ma formação do feto, violação ou perigo de vida para a mãe, e não, não deve haver aborto por tudo e por nada, sem qualquer justificação. Contudo, os apoiantes do sim, lançam ainda dois argumentos perfeitamente demagógicos e laterais, mas que procurarei também rebate-los. Até aqui já vimos que estaremos a votar no dia 11, uma lei inconstitucional, infundada e aplicada numa sociedade cujas condições estruturais para a albergar são inexistentes. Mas vamos lá aos argumentos, queridos pelo SIM, que os divulgam em outdoors gigantes e coloridos

  • Aborto Clandestino

Este ponto choca-me profundamente, porque considero que é minimizar a inteligência das pessoas. Para além dos conhecidos dados estatísticos sobre esta matéria, acho que é de uma falsidade lamentável, afirmar-se que a legalização do aborto vem acabar com o aborto ilegal. Alguém acredita que uma rapariga de 14 ou 15 anos grávida, vai dizer aos pais que está grávida e vai fazer um aborto legal ? Claro que não. Continuará, como as estatítiscas elucidam a fazer aborto clandestino. Admito que uma fatia, do aborto ilegal se transfira para o aborto legal, mas não os 100%, talvez nem 50. Mais, o aborto ilegal vai somar ao aborto legal, e existem estudos que apontam para que caso esta lei seja aprovada possamos ter em cada 3 crianças nascidas 1 aborto. Por ultimo, a visão, de que como se faz ilegal se deve legalizar ou ainda que porque outros paises já legalizaram devemos legalizar. Não sejamos ingenuos: Se legalizassemos a droga acabariamos com o contrabando? Devemos faze-lo, porque as pessoas continuam a consumir droga ilegal ? Devemos liberalizar o consumo de droga porque outros países o fazem ? Devemos permitir o consumo de droga em território nacional, porque os que mais dinheiro tem podem consumi-la no estrangeiro? Nunca vi argumento tão patético e demagógico como este.

  • Mulheres presas por prácticas abortivas

Sabem quantas mulheres foram presas por aborto, em Portugal ? 0. Acho uma vergonha que pessoas, algumas delas até com formação em direito, não expliquem uma coisa extraordinariamente simples. Na lei portuguesa, existem diversos crimes previstos com pena de prisão, para precaver um caso extremo e continuado. Por exemplo, dar uma bofetada em alguem pode ir até 3 anos de prisão, e quantas pessoas temos presas por darem uma bofetada? Nenhuma. E porquê? Porque o legislador prevê sanções muito menos gravosas. Neste sentido, vai a lei do aborto de 1984. Existe a previsão dessa pena, mas pelo normal funcionamento dos mecanismos juridicos a pena máxima nunca é aplicada. De qualque forma admitindo a necessidade de alterar uma lei que preveja a prisão, então altere-se essa sanção em especifico e não se conceda a possibilidade de abortar sem qualquer justificação. Não faz algum sentido.

Finalmente, um agradecimento a todos os que foram lendo e comentando os meus posts sobre esta temática e construindo a sua opinião, tendo um pouco em base, o que aqui foi dito e debatido. Espero ter contribuido para um maior esclarecimento de uma das questões mais fracturantes da nossa sociedade. Espero que no dia 11, a vida e a moderação vençam a irresponsabilidade e o extremismo.

29 janeiro, 2007

À medida que o tempo passa...

...os argumentos são mais conhecidos, e segundo todas as sondagens o Sim perde terreno para o Não, no tocante ao referendo sobre a interrupcção voluntária da gravidez. A conclusão é obvia : Quanto mais se discute, quantos mais argumentos são apresentados, quantas mais verdades são repostas, quantas mais questões são dismistificadas, mais as pessoas se percebem da não autenticidade da pergunta colocada a referendo e das graves consequências que uma resposta positiva pode trazer para a nossa sociedade.

Já se percebeu que há vida. Já se percebeu que não há mulheres presas. Já se percebeu que não hà nenhuma situação que se possa admitir para interromper voluntariamente a gravidez, que não as três previstas na lei em vigor. Já se percebeu que a legalização do aborto não diminui o aborto clandestino.

O Sim continua em Vantagem, mas à medida que o assunto vai sendo discutido, mais pessoas percebem que só se admite um sentido de voto. Vamos ver se o tempo que resta até ao dia do referendo é suficiente para inverter um resultado que é dado como certo há meses.

25 janeiro, 2007

Miklos Féher























Completam-se hoje três anos passados sobre o falecimento do jogador Miklos Fehér. Despediu-se de nós com um sorriso. A melhor homenagem que lhe podemos prestar é sorrirmos todos os dias para ele e por ele. Ficará para sempre nos nossos corações.

23 janeiro, 2007

Assim vai o nosso futebol...

A poucos dias de fechar o mercado, e ainda que sejam prováveis algumas contratações, especialmente no clube da águia, aproveito para fazer uma projecção do que espero ser a metade derradeira do nosso campeonato.

  • Fc Porto- O Porto pouco ou nada mexeu no seu plantel, na reabertura do mercado. Leva uma vantagem considerável dos seus adversários mais directos, Sporting e Benfica, e tem se apresentado com uma estabilidade e segurança notáveis. Um sistema táctico enquadrado e enraizado à medida dos jogadores disponíveis. Uma equipa que vale pelo seu todo, mas que deixa identificar bons jogadores que primam pelo seu talento individual, tais como, Lucho, Quaresma, Pepe ou Helton. O Porto terá ainda, uma facilidade acrescida na abordagem à segunda metade do campeonato : Em termos de calendário, tendo já sido afastado da Taça de Portugal, goza de maiores períodos de repouso e de menor susceptibilidade a um desgaste exagerado dos seus jogadores. A meu ver, se continuar a exibir um futebol na linha do que fez na primeira volta, e ainda a ser bafejado pela estrelinha dos campeões, poderá ter grandes hipóteses de se sagrar campeão nacional, ainda que tenha que ter cuidado, pois não goza de uma vantagem pontual intransponível, e os seus adversários, em especial o Benfica, tem mostrado uma solidez exibicional capaz de destronar os dragões do primeiro posto.

  • Sporting- O Sporting é quanto a mim, a equipa dos três grandes com menos hipóteses de conquistar o título. Apesar de ter jogadores, de alguma qualidade, como Moutinho, Liedson e Ricardo, o sporting apresenta-se com um conjunto bastante inexeperiente e incapaz de resistir a adversidades. O fenómeno Paulo Bento parece já ter sido ultrapassado, e o Sporting não tem sido regular. Por outro lado, goza de um calendário também folgado, fruto de ter sido eliminado da Champions League e nem tão pouco ter conseguido o apuramento para a Uefa Cup. Prevê-se que possam sair daquele plantel alguns valores futuros como Miguel Veloso, por exemplo, mas não creio que este ano o Sporting tenha qualquer hipótese.

  • O Benfica, vinha quanto a mim, a mostrar uma solidez que podia por em causa a vitória do Campeonato por parte do Futebol Clube do Porto. Uma média de golos em casa, superior a 3 golos e meio, um registo de vitórias impressionantes, e para mim, o melhor dos planteis da Liga Portuguesa. Equilibrado e sereno. Encontra, contudo um grande problema, derivado da sua boa prestação : É o unico grande nas três frentes. Contudo, axo que mais uma vez o Benfica esteve muito mal no mercado de inverno : No ano passado, foram as contratações duvidosas de Moretto, Robert, Manduca ou Marco Ferreira. Este ano, o Benfica deixa sair Kikin ( com Mantorras limitado e Micolli muitas vezes lesionado, sobra Nuno Gomes ) deixa sair um dos melhores elementos da defesa, Ricardo Rocha, e perde o defesa polivalente Alcides, pelo que Nélson fica sem concorrência na direita ( Não é se crê que Marco Ferreira possa ocupar de forma produtiva essa posição ). Para além disso, perde ainda Nuno Assis, a contas com um processo de doping. Por outro lado, diz não deixa sair Marco Ferreira, e diz que Beto não está em Saldos e Manu não sai. Duvidosa política. O Benfica tem então um ponta-de-lança, teoricamente, sempre disponível, dois centrais e um lateral direito. É curto. Vamos ver o que a direcção encarnada vai fazer nos poucos dias que restam para o mercado encerrar definitivamente.

Ainda um destaque para o Braga e Marítimo que vão ocupando a 4ª e 5ª posição, respectivamente. A regularidade do Braga é entusiasmante, e já se pode começar a falar em 4ºGrande, anos depois do Boavista ter tido anos verdadeiramente fantásticos. O Marítimo, volta este ano a ambicionar um lugar Europeu, o que seria justo para o público entusiasta da Madeira.

21 janeiro, 2007

Resultados das votações e nova votação

Esta votação esteve " no ar " um pouco mais tempo do que o normal. Cerca de 20 dias.

A votação foi renhida. Os resultados são:

Qual o seu jornal de referência?

1º Diario de Noticias- 58%
2º Expresso-25%
3º Público- 17%

Qual destes destinos turisticos prefere?

1ºItalia-47%
2ºGrécia-13%
2ºBrazil-13%
4ºTailandia-7%
4ºCabo Verde-7%
4ºCuba-7%
4ºJapão-7%

A partir de hoje avança uma nova votação, esta com duração de um mês:

As perguntas, vêm a propósito, do concurso que a RTP leva a cabo sobre os grandes portugueses. Perguntarei ao leitor qual o melhor português de sempre, ainda que as opções de voto sejam independentes do resultado do concurso da RTP.

20 janeiro, 2007

Prof.Ruy de Albuquerque

Faleceu ontem o professor jubilado, da Faculdade de Direito de Lisboa, Prof. Ruy de Albuquerque. Nunca tive a oportunidade de ter aulas leccionadas pelo Professor, mas tenho conhecimento da obra dele e estudo pela obra que nos deixou, no campo das ciencias historico-juridicas. Um dos grandes professores da Faculdade de Direito. Foi e continuará a ser. Ficará imortalizado entre todos os que passaram, estão e vão passar na Faculdade de Direito de Lisboa. A sua obra é transversal ao tempo. Descanse em paz.

19 janeiro, 2007

Comprovou-se...

Ontem à noite, uns amigos desafiaram-me a ir comprovar o que tenho vindo a referir sobre determinados espaços nocturnos. Aceitei o convite, e com eles pude perspectivar, com toda a actualidade ( como já tinha referido há mt que não saía para esses espaços ) o que tenho, efectivamente, vindo a disser. O pouco tempo que tive no referido espaço, não referirei nomes, por razões já enunciadas num outro post, foi suficiente para registar algumas situações, que a meu ver, se afiguram como muito preocupantes. É o resultado desta visita e o registo dessas situações que quero compartilhar com o caro leitor.

Bom, dispensando-me de tecer comentários acerca da forma de vestir ou despir, considerando que isso é notório e já foi mesmo abordado na minha anterior referência a esta temática, vou publicar os 4 pontos que considero ilustrarem bem os pressupostos teoricos que enunciei no anterior post.

  • O preço de entrada era desta vez igual para todos. Diferença: Rapariga tem três bebidas e Rapaz apenas uma. Mas o porquê desta distinção? Será que a rapariga tem, genericamente, uma resistência ao alcool muito maior que o homem? Ou pelo contrário, tendo esta a mesma ou igual resistência quer-se que esta se desiniba para dar lucro ao espaço ? Não há nenhum argumento concreto e verdadeiro que possa justificar esta conduta.
  • Bom, os resultados desta política estão a vista e resultam no segundo ponto que abordarei nesta sucinta descrição. Não foi nada que me supreendesse, mas algo que me entristeceu, de ver raparigas a rastejar no chão, não conseguindo ou querendo se levantar, fazendo um triste espectaculo. Mesmo muito triste.
  • Ora tudo se gera em cadeia, conforme tinha anunciado na minha teoria. Qual terá sido o próximo passo ? Imagina o caro leitor ? A partir de determinada altura foi ver essas raparigas envolvidas, brutalmente ( não encontrei outro adjectivo melhor ) com rapazes. Como se previa.
  • Por ultimo, algo que também me impressionou. Raparigas com danças, no mínimo, eróticas umas com as outras. A certa altura, nem sei o que aquilo me parecia. Foi muito lamentável.

Contudo uma ultima nota, não poderia deixar de ser, para salientar que existe muita juventude que é uma juventude capaz. Apelo uma vez mais, para que esta se junte para melhor o estado das coisas. Para que se possa influenciar pela positiva e não pela negativa.

17 janeiro, 2007

Pedro Santana Lopes

Pedro Santana Lopes disse estar disponível para assumir a liderança da bancada parlamentar do PSD, propondo essa solução, amanhã, ao grupo parlamentar. Entretanto, várias vozes, dentro e fora do Partido Social Democrata já se levantaram para dizer, que é ridiculo, que é incrível, que é mau para o PSD. Bom, não querendo fazer de advogado do Diabo, até porque não considero de todo que Santana Lopes seja o diabo, gostaria de partilhar com o leitor mais atento às questões políticas os seguintes factos políticos, indiscutíveis, estatísticos e quanto a mim comprovam algumas coisas.

  • Venceu a Câmara de Lisboa, em condições incríveis, quando até as sondagens à boca das urnas, lhe davam 10% a menos que o candidato João Soares. E ganhou com capital político pessoal.
  • Fez ,efectivamente, reformas importantes no curto prazo que esteve à frente do executivo, isso também é inegável.
  • Constituiu um governo em tempo recorde, e com todas as condicionantes do momento, apressado pela necessidade de rapida saída de Durão Barroso e pela demora longuissima do Dr.Sampaio a decidir se convocava ou não eleições legislativas.
  • Conseguiu, num resultado considerado por muitos, como catastrófico, 29 por cento dos votos. Hoje nenhuma sondagem dá essa percentagem ao PSD.
  • Conjuntamente com o CDS, conseguiu mais votos, que dois anos antes, o PSD e o CDS haviam conseguido, quando Durão Barroso foi eleito primeiro ministro.

Estes 5 dados são, quanto a mim, relevantes para se perceber que, de facto, Santana Lopes não é pior do pior do Partido Social Democrata. Mais, a mim, como militante do Partido Social Democrata, não me causaria estranheza, que o homem que escolheu o grupo parlamentar actual, que é reconhecidamente um orador nato e que pode como ninguém lembrar ao Engenheiro Sócrates o que este disse na campanha e não está a cumprir, viesse a assumir a presidência do grupo parlamentar do PSD. Quanto a mim o mais importante, não é saber se a pessoa sai uma duas ou três vezes e que para que sítios, se tem os oculos maiores ou mais pequenos, se usa o cabelo penteado para trás ou para a frente, se tem 1 ou 10 filhos. O que é importante é a qualidade política e é o incremento de qualidade que ele possa ou não trazer ao partido e , essencialmente, ao País. O resto são fait-divers, que convêm, a quem só sabe fazer política com fait-divers, no caso o Engenheiro Sócrates.

14 janeiro, 2007

Preocupações nucleares...

Fica aqui transcrita, uma notícia, da edição online, do DN ( que pelo resultado das sondagens, deverá ser confirmado como o jornal favorito dos leitores do blogue ) que refere o perigo das armas nucleares, da tensão no medio-oriente e outros factores que poderão criar condições para ficarmos mais perto de uma crise nuclear.

"O ponteiro dos minutos do relógio do Apocalipse ficará mais perto da meia-noite a partir de quarta-feira, dia 17. Este relógio assinala o grau de probabilidade de uma crise nuclear e passará a marcar seis minutos para a hora zero.

A decisão foi ontem anunciada pela direcção do Boletim dos Cientistas Atómicos (BCA) e reflecte a preocupação com a emergência de "uma segunda era nuclear". Esta caracteriza-se pelas ambições nucleares do Irão, Coreia do Norte e outros países, a degradação das condições de segurança nas instalações nucleares da Federação Russa e de vários estados da ex-União Soviética, a possibilidade de actos terroristas com recurso a armas nucleares, além do facto de Washington e Moscovo manterem em estado de prontidão imediata milhares de vectores nucleares. O facto de a energia nuclear para fins civis conhecer hoje de novo acentuado interesse como alternativa para neutralizar a escalada do preço das fontes de energia tradicionais é também interpretado como factor adicional de risco.

O Boletim promove quarta-feira uma cerimónia simultânea, em Washington e Londres, para assinalar a mudança no relógio do Apocalipse dos sete para os seis minutos para a meia-noite. Esta será a 17.ª alteração no relógio, desde que foi criado em 1947 por um grupo de cientistas envolvido no Projecto Manhattan - as bombas atómicas lançadas sobre o Japão em 1945 - e que esteve também na origem da edição do BCA. O relógio procura traduzir a ideia de apocalipse - do fim do mundo como o conhecemos, simbolizado pela hora zero - cuja probabilidade aumenta ou diminui à medida que o ponteiro dos minutos se aproxima ou distancia da hora do Apocalipse.

O relógio é, desde os tempos da Guerra Fria, reconhecido como um indicador credível do nível de iminência de uma crise nuclear ou de um confronto militar de consequências imprevisíveis. A decisão de alterar o ponteiro dos minutos é tomada pela direcção do BCA, depois de ouvido o Conselho da publicação, que integra, entre outros, 18 distinguidos pelo Prémio Nobel em áreas relevantes nesta matéria.

O relógio esteve mais perto da meia-noite em duas ocasiões. Em 1953, apenas a dois minutos, época em que EUA e ex-URSS realizam testes termonucleares, com um intervalo de nove meses entre cada um; e, em 1984, quando se inicia a escalada nuclear entre Washington e Moscovo, que culminará na desagregação do bloco soviético, em 1991. Neste ano, o relógio marca 17 minutos para a meia-noite. A maior distância registada até hoje. "

11 janeiro, 2007

O sim à força toda!

Ontem, em conversa, com alguns amigos, veio à baila o badalado assunto do referendo sobre a interrupcção voluntária da gravidez. Chamaram-me a atenção para um aspecto, que parece ilustrar uma verdadeira " busca incessante do sim ". Diziam eles, e quanto a mim com toda a razão, que o povo já respondeu diversas vezes, favoravelmente ao Não. Mais, será que daqui a 4 ou 8 anos haverá novo referendo? Será que depois de respostas a favor do Não é legítimo trabalhar-se(muito!!!)politicamente gastar-se( muito !!! ) dinheiro para se tentar implementar o sim? Será que se fará o mesmo para re-implementar o não, se o Sim vier a ganhar? Creio que têm razão sobre o que dizem e chamo a atenção para mais três aspectos acerca desta temática.

  1. Penso que esta questão não pode nem deve ser partidarizada. Muito menos por grandes partidos, que devem ter, sentido de estado e não andar a reboque de questões perfeitamente sectarizadas. Que esta questão possa ser bandeira, quase a única, verdade seja dita, de um partido pequeno como o Bloco de Esquerda, que a própria sobrevivência política deste partido dependa quase exclusivamente deste tema, eu ainda posso aceitar, agora já é inaceitável, quanto a mim, que o partido do governo, o partido que tem a maioria absoluta na assembleia, use este tema tão fracturante da nossa sociedade como bandeira política e erga grandes outdoors publicitários. Acho lamentável. Independentemente da área política a que sejamos mais afectos, teremos que convir que o único partido que se demarcou desta questão, que deu total liberdade, teorica e prática, para os seus militantes escolherem de livre consciência e que separou a questão política da questão moral foi o Partido Social Democrata.
  2. Lamentável ainda, seja o dinheiro gasto com este referendo. Cerca de 10 milhões de euros. Numa altura em que se fala de apertar o sinto e de rigor nas finanças, creio que esta é uma despesa a ser tido em consideração. Mas enfim, é mais um entretêm para que alguns possam continuar a fazer o que lhes apetece. Como cita um amigo meu " Enquanto existir pão e circo tudo estará bem ".
  3. Por último, gostava apenas de chamar a atenção para uma situação factual, objectiva: Algo que designo como a Teoria da Abstenção. É que se, por acaso, os adeptos do não se organizassem conjuntamente e decidissem em bloco não ir as eleições teriamos uma abstenção de mais de 70%, pelo que o referendo não teria valor jurídico, e continuariamos com a actual lei. Não seria desejável que isso acontecesse, considero o voto mais que um direito, um verdadeiro dever cívico. Mas penso que esta situação, realça bem que a maioria do País não quer a despenalização total do aborto. Aliás como disse em outro post, os mais idosos, os que habitam nas zonas mais rurais, tem muito mais dificuldade em exercer o seu direito ( e dever ) de voto, e como sabemos essas pessoas votam objectivamente no Não. Pelo contrário os mais jovens e habitantes nos grandes centros urbanos com mais facilidade em mobilizarem-se votam tendencialmente sim. Também por aqui o resultado está desvirtuado.

Uma nota final para salientar, que para o bem e para o mal, os bons argumentos do Não e os argumentos do Sim, quase que se ofuscam perante estas situações exogenas. O essencial é suprimido pelo acessório e a verdadeira questão ética, moral e, na minha opinião, que já foi expressa noutra ocasião, a questão também sociologica é diminuida pelo domínio do aparente.

P.S- Um agradecimento, a outro nível, por termos ( eu e o caro leitor) alcandado um record de visitantes por dia, em dias sem publicação de post's. Mostra que existe um público regular. Leitores leais sempre à espera de mais um comentário ou dissertação. A eles um muito obrigado.

07 janeiro, 2007

Atlético





























Mais do que qualquer preferência clubística, e não querendo com isto disfarçar uma alegria que sinto pela eliminação do FCP, fico contente pelo Atlético histórico clube português ter agora os seus minutos de fama, ter agora o seu reaparecimento, ainda que, previsivelmente ocasional, na ribalta do nosso futebol. É isto a festa da taça, é por isto que gosto tanto desta competição. Pela supresa, pelos pequenos clubes, as vezes pequenos grandes clubes, pelas populações do Portugal profundo, do interior, vibrarem com as alegrias do nosso futebol, tantas vezes exclusivo dos grandes centros urbanos. Para além disto, algo já calculado, mas que ainda deu mais sabor à vitoria do Atlético : 5 minutos de compensação e já com todos desesperados pela humilhante derrota do Porto, o árbitro com todo o livre arbitrio, decide assinalar um penalty que só ele viu. Eu ouvia o relato e disse, o juiz vai assinalar um penalty para acabar com o escândalo, o apito vai se dourar ainda mais, e pronto, apito para a marca do penalty e...bola ao poste...e festa incrível do Atlético. Hoje fez-se justiça. Parabéns Atlético.

03 janeiro, 2007

" Erro Histórico e Erro Político "

Saddam Hussein, foi executado, nos últimos dias do ano transacto. Resolvi deixar passar uns dias sobre o acontecimento, para que pudesse em conjunto com o leitor olhar para este acontecimento, de forma mais lucida, objectiva e desprendida de alguma emoção, positiva ou negativa do momento. Mais, prevendo já, algumas situações subsequentes à execução ( como a publicação do video da mesma, por exemplo ) optei por guardar a minha análise para depois, para que pudesse abarcar na minha dissertação esses lamentáveis episódios, que, tal como previa, vieram, indesejavelmente, a suceder.

A questão da aplicação da pena capital, foi por mim, já abordada em detalhe, num outro post. Expressei a minha opinião, no sentido, de que, em nenhum caso se justifica a aplicação da pena de morte. Não considero que se possa falar em direitos humanos, que se possa apelidar um estado, de estado de direito quando presenciamos este tipo de sentenças. Definição que vai ao encontro da posição de Portugal, por exemplo, que foi pioneiro na abolição deste tipo de pena. Ideia, que vai, igualmente, ao encontro da posição da Comissão Europeia, que obstaculariza a entrada da Turquia na União Europeia, por questões, eminentemente de desrespeito pelos direitos humanos, sendo evocada, com destaque, a questão de a Turquia ainda prever a pena de morte como sentença no seu edificio politico-juridico.

Como comecei por referir, previ, logo no dia da execução de Saddam que muitas situações subsquentes e ,perfeitamente, nefastas viessem a suceder. Assim foi. A começar pela divulgação do video da execução, que ao que sabe, foi filmada e publicada por um oficial de alta patente. Ainda a registar, os insultos na hora da morte do ex-ditador, situação que tem precedentes, quem não se lembra do escandalo das humilhações nas cadeias iraquianas, protagonizadas por soldados norte-americanos e britanicos? Por último, a lamentar ainda, que a filha de Hussein tenha sido, alegadamente, impedida de se despedir do Pai, antes da sua morte. Esta amálgama de acontecimentos, em tão poucos dias, permitem-me desde já, considerar, que pelo menos, a aplicação da pena, foi completamente desajustada, humilhante e desprovida de um minimo de dignidade que qualquer ser humano merece.

Sobre a execução, disse Silvio Bersluconi, ex-primeiro ministro da Itália: " Considero que foi um erro histórico e um erro político". Eu, perfilho totalmente desta afirmação, e passarei a expor porque considero que realmente esta condenação tem efeitos nefastos no contexto histórico e no contexto político ( Rementendo as considerações sociais, juridicas, morais e culturais para o outro post acerca desta matéria, que protagonizei há algumas semanas ) .

No tocante à vertente histórica, o exemplo está bem à vista. Se Saddam tivesse sido condenado, a uma pena de prisão, perpétua, por exemplo, este post seria, muito provavelmente, de " comemoração" por ter sido feita justiça a um homem que matou e mandou matar milhares de pessoas. A este blogue se juntariam todos os outros que abordaram este assunto ( e não foram poucos ), jornais, noticiarios, e até manuais e obras , que por certo, serão escritos baseados nesta temática. Em suma, o que ficava para história era um apontamento de justiça e de consequente felicidade e aprovação desse apontamento por parte de toda uma comunidade. Assim não foi. O que fica para história, e o que é descrito por todos os blogues, jornais ou livros é uma violação dos direitos humanos, uma injustiça, algo lamentável e negro no desenrolar da história mundial. Em suma, um erro histórico na medida, em que as atrocidades que Saddam cometeu são absolutamente desvirtuadas, tendo um peso muito menor que o devido na História Mundial. Por outro lado, o que fica para história é uma condenação monstruosa e quase que percepcionamos uma inversão de papeis, " os maus ficam para história como bons, e os bons como maus " . Muito perigoso do ponto de vista histórico, esta actuação.

Já do ponto de vista político, esta condenação, tem quanto a mim duas consequências imediatas: Por um lado, assistimos a um enfraquecimento da posição internacional dos Estados Unidos e da Inglaterra ( que já estava muito débil) . A actuação da coligação no Iraque, tem aqui a cereja em cima do bolo envenenado, que foi esta guerra, que há muito, já foi definida, como injusta e ilegitima, tendo merecido a reprovação da esmagadora maioria da comunidade internacional. Neste sentido, as diferenças de opinião no Ocidente, podem ser agudizadas, podendo levar a um certo " desconforto " ( um verdadeiro eufemismo para caracterizar a situação criada ) dentro da comunidade ocidental. Por outro lado, temos como segunda e mais grave consequência, a possibilidade da existência de atentados, protagonizados, pelas facções islâmicas mais extremistas. O destaque desta morte tem uma carga, eminentemente, negativa, e poderá " acordar " as células terroristas. Mais um erro evitável, mesmo tendo sido o tribunal iraquiano a condenar Saddam, não podemos ser ingenuos, e não lembrar a responsabilidade e poder que americanos e ingleses detêm neste aspecto.

Remeto para o leitor, como sempre, uma reflexão pessoal, sobre esta temática, e a formulação de uma tese sobre este acontecimento, esperando que a intrepretação que aqui dei aos factos presentes, seja útil para esse exercício que recomendo, ao caro leitor.

Estudo Norte-Americano...

Uma breve nota para um estudo feito nos Estados Unidos e que hoje foi notícia no telejornal da hora do almoço da SIC. O estudo ( pese todas as limitações que qualquer sondagem tem ) e a própria reportagem evidenciaram alguns problemas que tenho chamado a atenção, neste e noutros foruns. Detectei três.

Em primeiro lugar, os resultados strictu sensu do próprio Estudo : 33% das mulheres casadas, voltaria atrás, se pudesse, e ter-se-ia casado com outro homem. 40% admite apaixonar-se, constantemente por outros homens e, incrivelmente, 76% das mulheres casadas admite ter fantasias com outros homens que não o marido. Preocupante.

Em segundo plano, noutra perspectiva, seguiu-se o vox Pop da reportagem da Sic ( que pela dimensão mínima tem o valor que tem, mas não deixa de apresentar uma séria curiosidade ), Vox Pop, que demonstrava, que geralmente, os homens acreditavam que esta sondagem em Portugal apresentaria numeros mais baixos, ou seja, acreditam que por cá, as mulheres teriam outro comportamento. Já as mulheres lusas, dizem que estes números em Portugal seriam muito maiores. A reflectir.

Por último, o cenário da própria reportagem, ilustrava, algo com que me tenho detido nos últimos tempos. Não me lembro de há 10 anos, vermos nas montras das lojas o tipo de lingerie que hoje vemos. Hoje, numa montra de uma qualquer loja, podemos observar lingerie erotica, com pormenores absolutamente sexuais, à mercê de uma qualquer criança de 5 ou 6 anos observar. Não será isto também condenável, à semelhança do que se diz sobre a passagem de filmes eróticos em canais abertos? Não teremos que também ter algum cuidado com esta situação? Mais que não seja, pelo respeito de quem não quer ver e tem liberdade a não ver esse tipo de materiais.

Um pequeno estudo, mas que na minha óptica, ilustra alguns dos problemas que obstacularizam à prosperidade de uma nova geração, que se opõem à reabilitação dos valores que são indispensáveis a vida em sociedade.

02 janeiro, 2007

Resultados das votações e novas votações

Com o fim do ano, o fim da votação que esteve on-line nas últimas semanas de 2006. Foi eleita a figura nacional do ano, o facto nacional do ano e ainda realizada uma avaliação do Blogue.

No primeiro aspecto, para os leitores as duas grandes figuras do ano, foram com a mesma percentagem de votos, Aníbal Cavaco Silva, actual presidente da republica,vitorioso nas eleições de Janeiro de 2006 e ainda Pedro Santana Lopes, ex primeiro ministro, que mais para o fim do ano voltou a reaparecer, fortemente, na cena política nacional. 27% dos votos para cada. Depois Ricardo Araújo Pereira e José Mourinho com 13% e ainda Vanessa Fernandes, André Sardet e Luís Figo todos com 7%. Margarida Vila-Nova, os Xutos e Pontapés e o primeiro ministro José Socrates não tiveram qualquer foto.

Já no tocante ao facto nacional do ano, os leitores do blogue, elegeram a participação portuguesa no mundial como o grande acontecimento de 2006 com 27% dos votos expressos. Em segundo lugar, com 20%, ficaram igualmente as Eleições Presidenciais e a entrada do Benfica no Guiness. 13% teve a bronca nos exames nacionais e 7% foi a votação dos Monster Trucks no Pavilhão Atlantico, pontuação também alcançada pela fundação do Jornal o " Sol" e pela vitória de Vanessa Fernandes no Campeonato do Mundo de Triatlo. Sem votos ficou o Smack Down, o Rock in Rio 2006, e a marcação de um referendo sobre a interrupção voluntária da Gravidez.

Na Avaliação ao Blogue, aproveitando já para agradecer os resultados incentivadores, o Blogue foi considerado Muito Bom por 73% dos leitores, Bom poe 20% e Muito Fraco por 7%.

E como se costuma dizer, na gíria popular, ano novo, vida nova, ou seja, votações novas. Os leitores poderão agora responder uma questão sobre destinos turísticos preferidos e sobre o seu jornal de referência.

Um óptimo 2007 para todos!