03 abril, 2007

Aeroporto da OTA? Para quê?

O Aeroporto da Ota, localidade na periferia, muito periferia de Lisboa, parece que vai mesmo avançar, ainda que vários estudos técnicos não considerem ser este o melhor local para o mesmo. O custo da obra é de mais de 3 mil milhões de euros, vindos de todos nós. Pergunto eu, não há dinheiro para manter abertas as urgências, centros de Saude, Sap's, hospitais e maternidades e hà dinheiro pa aeroportos? Admitemos então sim, caso fosse um investimento imprescindível. Ora eu acho que aquele aeroporto, naquele sítio, não é essencial ( ainda que não ignore que deve ser resolvido o problema da lotação do aeroporto da Portela) por três razões de ordem:

  • Por um lado o aeroporto da Ota, é construído num sítio, cuja localização não permite a sua extensão, ao contrário do aeroporto da Portela, que pode e que já está a ser expandido. É um local periférico sem ligações ao centro da cidade. A localização em si, não é a melhor, e não encontro grandes razões para ser lá o aeroporto. Espero que terrenos pertencerem a A a B ou a MS não contem como razão.
  • Por outro lado, existem outras soluções. O nosso aeroporto do Porto e de Faro estão muito longe da lotação, existindo ainda possibilidade de aumentar o número de voos para aquelas cidades. Pergunta, e bem, o caro leitor, então e como se transporta as pessoas do Porto e de Faro para a Capital? A pergunta é boa, mas tem que se perceber que de taxi da ota para Lisboa é também meia hora, será que o estado irá pagar tudo isso aos passageiros, ou disponibilizar camionetas? Admitindo que sim, subsiste ainda que do Faro ou do Porto a Lisboa são três horas de viagem. Mas ainda aqui, lembrar que outro grande investimento é o do TGV, que permitiria colocar as pessoas vindas dos aeroportos do Porto e de Faro em Lisboa em menos de uma hora, a um preço de custo de 25/30 euros que poderiam ser acrescidos ao bilhete ( não seria mais acréscimo do que aquele que terão que ter os bilhetes para semi-financiar o aeroporto da OTA, ou então para pagar a deslocação daquela terra para a capital Lisboa). Ou seja, conseguiriamos através o TGV, conjugar as linhas de comboio e o aeroporto. Conseguiríamos potenciar o uso do TGV, e os bilhetes até poderiam ser mais acessíveis, face ao facto de não dispendermos a fortuna prevista com a construcção do novo aeroporto. Por outro lado poderíamos investir esse dinheiro no serviço de saúde e retirar a taxa rídicula de 5 euros por dia no caso de internamento.
  • Se a solução for mesmo a construção de um novo aeroporto, então perceber se a solução Alverca ou Montijo aqui ao pé da cidade, não seriam melhores. Por exemplo, dois mini-aeroportos, que com o mesmo custo teriam muito maior eficiência. E neste caso, o TGV deixa de fazer muito sentido, uma vez que se dá primazia ao transporte aéreo. Não estamos no país mais rico do mundo, e o dinheiro não estica nem chega para tudo. Governar é também optar.

Uma nota final, dizendo que a minha solução preferida, é o avanço do TGV, e fazer o escoamento de passageiros através do aeroporto do Porto e de Faro, com todas as vantagens que isso poderia trazer, nomeadamente, com a agregação a este plano de mobilidade, um plano de turismo forte para o Algarve, que com um aeroporto com mais voos, poderia ter a hipotese de atrair mais turistas. É necessário apostarmos forte no Turismo e projectarmos o Algarve. Para além disso faríamos render, verdadeiramente o TGV, podendo depois ter várias ligações a espanha e não apenas Lisboa Madrid. Faro-Sevilha e Porto-Vigo, seriam hipóteses.

3 Comments:

Blogger Padeira de Aljubarrota said...

AHAHAHAHAHAHAHAHAHA - "Espero que terrenos pertencerem a A a B ou a MS não contem como razão." - muito engraçado!!

De resto, nem em tudo posso concordar contigo. O TGV é um projecto que me faz quase tanta confusão como o do aeroporto da Ota. O tipo de alternativa que o TGV oferece só se justifica pela rapidez da viagem. Ora, em percursos pequenos, como é óbvio, é impossível o comboio atingir a sua velocidade máxima e, assim, cumprir as previsões de tempo de viagem que se fazem. Por exemplo, o plano de 5 ou 6 paragens na ligação Lisboa-Porto (cerca de 300km) em oposição à existente linha Madrid-Barcelona (cerca de 620km) que tem apenas 3 paragens, parece-me atentatório. Por outro lado, por enquanto, Lisboa-Faro (e até Lisboa-Porto não me convence completamente, pelas mesmas razões) parece-me completamente dispensável e inviável, uma vez que bastam obras de melhoramente na linha do alfa (que hoje existe mas devido a más condições obriga a que o comboio percorra troços inteiros a cerca de 50km/h), para que este consiga suprir parte da enorme diferença entre os tempos de viagem dos dois comboios e se torne uma alternativa muito mais viável sob todos os pontos de vista. Lisboa-Madrid, quanto a mim, justifica-se plenamente e é, talvez, até urgente. Quanto ao resto tenho dúvidas.

Mas voltando ao tema do teu post, a Ota, confesso que não estou muito por dentro do assunto embora me faça alguma espécie ter o aeroporto de Lisboa nos confins do distrito, num local que tanta polémica levanta entre os especialista técnicos e que terá um preço tão elevado para o Estado português (aproveitando, como tu, para relembrar o desinvestimento que se faz em áreas absolutamente prioritárias e indiscutívelmente indispensáveis, como a sáude - com o fecho de maternidades e urgências-, a educação - com o fecho de escolas - e a segurança - com a reforma das forças policiais).

4:47 da tarde  
Blogger Tiago Mendonça said...

Caro Padeira de Aljubarrota,

Não lhe digo que ache o TGV absolutamente prioritário, mais, digo mesmo que nos moldes em que está pensado é dinheiro para o lixo. Mas, se temos que optar por um dos investimentos, a mim parece-me muito mais viável a opcção pelo TGV e como expliquei uma alteração de percursos. Ligações directas Porto-Lisboa e Lisboa-Faro. Em limite com uma paragem no meio. Com essa posibilidade escoaria-se os passageiros que aterassem no Porto ou em Faro em cerca de meia hora até Lisboa, menos do que demorará um taxi entre a Ota e o Centro da Cidade de Lisboa.QUanto à ligação a Madrid a partir de Lisboa, aceito, bem como a ligação de Faro a Sevilha e do Porto a Vigo ou a Corunha. A Ota acho inadmíssivel. O TGV aceito, se dada esta explicação e com estes percursos.

10:03 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Tiago, discordo contgo.lool. Acho muito mais viável a OTA do que o TGV, porque apesar da OTA ser longe de Lisboa, não ter capacidade de expansão, vai atrair sempre turistas e a Portela presta um serviço lastimoso (digo-te isso porque sou utilizador frequente.lol) até há operadores turisticos que afirmam que temos vindo a perder turistas por causa disso. A OTA mesmo má para nós vai sempre trazer capital para o país, o que não acontece com o TGV, somos pequenos de mais para ter o TGV a diferença entre o actual alfa e o TGV será de uma a duas horas e o TGV não vai atrair turistas e o consequente capital. É só a opinião de um leigo. Abraço

8:56 da tarde  

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