19 fevereiro, 2007

Alberto João Jardim

Com todos os defeitos e virtudes que se possam apontar a Alberto João Jardim, ninguém o pode acusar de não defender ao máximo os interesses dos madeirenses e de dizer o que tem a dizer da forma mais frontal e vernácula possível.

Alberto João Jardim demitiu-se hoje da presidência do governo regional da Madeira, alegando que a nova lei das finanças regionais ( aprovada pelo executivo socialista ) altera as condições económicas que enquadravam o programa de governo que apresentou nas eleições regionais de há 2 anos. Nesse sentido, o líder do PSD/Madeira, afirma que os madeirenses, conhecedores desta situação, deverão, nas urnas eleitorais, optar entre lhe concederem um novo mandato de 4 anos, para que ele realize as reformas estruturais que esta medida do governo central impõe.

Gostaria de realçar , a inteligência politica do líder madeirense. Mas uma inteligência verdadeira e consequente da atitude do governo de José Socrates. O objectivo do primeiro-ministro, era " rebentar " Alberto João Jardim, impondo um colapso económico na Madeira, com efeitos, como o aumento do desemprego, a inevitabilidade de aumento dos impostos, os cortes orcamentais, em suma, um conjunto de medidas impopulares que poderiam levar Alberto João Jardim a perder as próximas eleições para o Governo Regional. Alberto João, um dos poucos, que vai tendo a coragem de responder, as atrocidades que o nosso primeiro-ministro tem feito, " trocou-lhe " as voltas. Pede a demissão, vai a eleições, num clima de união quase total e de clima anti-governo. Candidata-se por uma causa comum, e a vitória é practicamente assegurada. Mais, terá, todo o tempo, para poder programar a execução das medidas dificeis, numa conjuntura eleitoral, com eleições em 2011 e não em 2009.

Em suma, porque foi corajoso e inteligente, pode ter contribuido para mais uma grande derrota deste governo. É importante, que mais pessoas, com efectivo poder, no domínio democrático português, façam uma verdadeira oposição às medidas calamitosas e anti-constitucionais que este governo está a tomar.

Entretanto, parece que vai fechar mais uma urgência no Minho. As pessoas da localidade em causa, Valença, vão ter que percorrer 40 km para serem atendidas. Segundo, alguns habitantes, a urgência funcionava bem, apesar de estar sempre lotada. Pergunto eu, para quê este fecho? Para se encher um pouco mais os cofres do estado ? Não existirão outras áreas onde se possa " fechar a torneira", que não, a Saúde? Para onde irá este dinheiro? Para financiar clínicas de abortivas?

5 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Há aqui uns bastardos da comunicação social do continente... Eu digo bastardos para não ter de os chamar... ;)
HEHE
E tenhi dito!! *

7:54 da tarde  
Blogger Padeira de Aljubarrota said...

Este é um português com tomat...testículos! Não gostam do estilo? É incorrecto? Diz coisas que não esperamos que uma figura pública diga? Isso são, como diria Dias Ferreira, "fait-divers".

É como o caso de Santana Lopes. O que interessa se um Primeiro Ministro vai uma, duas três vezes para a Kapital, se continua a cumprir os seus desígnios? É mulherengo? Deixá-lo, prefiro suspeitar que o meu PM é mulherengo do que saber que ele é homosexual. Quem assim o entenda, que o acuse de ter tomado medidas negativas para o país, de ter feito reformas prejudiciais, não saber responder às critícas da oposição mas não o acuse de levar uma vida social e particular errada.

Alberto João Jardim é políticamente "inaceite" mas é um dos poucos que são, de facto, políticamente correctos. E digo-o porque, a meu ver, ser-se políticamente correcto é defender-se os ideais em que efectivamente se acredita. Fazê-lo assumidamente sem temer a reacção da opinião pública ou do poder instituído.

Lutar, a todo o custo, para cumprir aquilo a que se propôs ao povo da Madeira, por quem foi repetida e democraticamente eleito desde 78, não pode, nunca, ser considerado incorrecto.

Ser-se políticamente correcto é fazer-se política da maneira que se acredita ser a melhor e não fazer-se política da maneira que mais agrada à maioria ou que mais proveitos nos traz. Não é ser-se socialmente correcto. Não é ser-se educado. Não é ter uma maioria absoluta na assembleia e não ouvir a voz da oposição nem dos cidadãos. É ter um ideal e defendê-lo. Honrar quem confiou em nós.

Quanto ao último ponto do post, é óbvio que o dinheiro não estica, e para se aplicar numas coisas tem que se cortar noutras. Pergunto é se onde tem que se cortar é no ensino, na saúde e na segurança (com o fecho de escolas, urgências e centros e saúde e, como está previsto, esquadras da PSP).

Não me parece difícil equilibrar contas quando se aumentam os impostos, impõem-se as taxas moderadoras, implementam-se SCUTS, implementam-se restrições orçamentais nas finanças regionais, corta-se na saúde, educação e segurança, etc, etc, etc.

Agora, quando vejo que se prepara a abertura de clínicas abortivas totalmente financiadas pelo Estado, só posso pensar que algo está muito errado no que diz respeito às prioridades de um executivo que se diz socialista.

10:31 da tarde  
Blogger Augusto Emilio said...

Um grande BEM-HAJA para Alberto João Jardim e para a sua decisão. Como foi dito no texto, se não tem as condições para cumprir com o que prometeu por lhe terem sido retirados os meios por parte do governo central, demitir-se é a atitude correcta. Agora, e com novos pressupostos, novo programa político e se tudo correr bem, teremos de novo o grande Alberto no governo da Madeira. Que continue a fazer deste belo arquipelago a inveja do continente.
Que tudo corra de feição a esse homem perseguido por todos, e que até leis quiseram fazer para o tirar do poder. A Alberto João Jardim, o lider que não vai em políticas:

Bem-haja!

12:58 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Uma das coisas que me agrada no Joãozinho como tão carinhosamente os madeirenses o chamam e não fosse eu uma típica madeirense lol Ele é um político do povo para o povo...

É como o Aljubarrota diz "Este é um português com tomat...testículos!".
E as pessoas não o aceitam porque ele tem coragem para dizer aquilo que outros pensam mas não dizem...de ter coragem de defender aquilo a que propõe fazer por respeitar os madeirenses coisa que alguns políticos aqui em Portugal (sim neste pedaço de terra)não fazem.

Tudo o que ele faz diz e sente é com base no sentimento e nos horizontes madeirenses.

Daí o seu sucesso político...não é á toa que ele permanece há quase 30 anos como Presidente da Região Autónoma da Madeira.

Nos últimos anos a Madeira tem assistido a um "boom" de desenvolvimento a todos os níveis o qual é de todo o mérito do Dr.Alberto João Jardim.

E mais uma vez ele tomou a decisão certa e mais certo está a sua vitória nas eleições antecipadas,disso não duvido.
e agora um texto de Luís Filipe Malheiro.

"Agora vamos lá…

Ou é hipócrita ou não está na plena posse das suas faculdades mentais. Desculpem-me o extremismo comparativo, mas não vejo outra maneira.
Quando ouvimos Serrão – que certamente ainda não percebeu (ou já percebeu e por isso anda histérico?) que só será candidato à chefia do governo regional pelos socialistas locais se ninguém mais quiser – acusar Alberto João Jardim de “traição” pelo facto de ter anunciado a sua demissão, das duas uma: ou rimos às gargalhadas (mas há muito tempo, há demasiado tempo, que andamos a rir com as asneiradas dele e dos seus pares) ou recomendamos tratamento psiquiátrico. Não há alternativa. Um indivíduo que andou mais de um ano a assumir-se como o defensor na Madeira de todas as medidas tomadas pelos socialistas do Terreiro do Paço que prejudicaram a Madeira e penalizaram os Madeirenses, um indivíduo que lidera um partido que na Região Autónoma nunca foi capaz de assumir uma posição política contra o poder central e colonial de Lisboa, contra qualquer uma das inúmeras decisões tomadas em Lisboa contra a Madeira (porque motivo Serrão, em vez de asneirar, não aprende com o que se passa em Valença e noutras localidades do Continente, onde os socialistas locais mostram a dignidade de servir as pessoas e não em ser seguidistas do Largo do Rato), um indivíduo que esteve sistematicamente contra a Madeira, que chega ao ponto de afirmar que a lei de finanças regionais – que “só” retira cerca de 400 milhões de euros à Madeira até 2014 – não prejudica a Região e o seu Povo (argumento que tem como padrinho-mór o deputado Maximiano Martins), apesar de tudo isto ainda tem a suprema lata (porque dignidade é coisa há muito perdida), de falar nestes termos – «Esta atitude representa uma traição aos madeirenses e porto-santenses que lhe confiaram uma maioria para governar e não para tremer perante a primeira contrariedade» – que mais podemos dizer? Traição? Serrão não deve ter espelho em casa! Vamos ver o que diz o Povo Madeirense, vamos ver...
Por isso eu não entendo porque motivo anda a oposição tão incomodada, da extrema-esquerda à extrema-direita, com as eleições regionais antecipadas. Não têm a tal nova lei eleitoral que derrotaria o PSD? Não têm um Alberto João Jardim “esmagado” pela vingança cega dos socialistas de Lisboa, em conluio politicamente criminoso, com os socialistas locais? Não têm um Governo Regional incapacitado de cumprir o programa de governo nos prazos inicialmente previsto para um período de quatro anos? Não têm um PSD meio desorientado, provavelmente atordoado ainda, e que alguns dizem não ser capaz de se unir em torno do essencial e dos objectivos políticos e eleitorais primordiais? Então porque ficaram todos incomodados? Vamos lá todos a votos, vamos ver se há ou não legitimação dos órgãos de governo próprio e dos seus dirigentes. Vamos ver se a Autonomia consegue ou não, mais uma vez, vergar as desconfianças de alguns indivíduos em Lisboa que nunca esconderam dúvidas quanto à legitimação eleitoral de João Jardim e do PSD. Vamos ver de que lado está o eleitorado madeirense. Vamos tirar dúvidas. Vamos saber o que pensa e quer o Povo da Madeira e do Porto Santo. E depois, só depois do veredicto, falamos. Porquê esperar, masoquistamente, por 2008, só para fazer a vontade à oposição e aos calendários políticos e eleitorais por ela definidos? Fazer render a hipocrisia chauvinista de um poder central em Lisboa, sectário, politicamente nada sério e que, cada vez mais representa, o equívoco eleitoral dos portugueses?
Parvoíce pegada é também a reacção do PS nacional – com conferência de imprensa marcada para as 20 horas, início dos telejornais, numa demonstração da “doença” que atingiu os promotores principais da propaganda socialista e a cumplicidade da comunicação social, sem coragem para acabar, de uma vez por todas, com esta subserviência crónica, nada disto se passaria – ao afirmar, imagine-se (!), que “o presidente do governo regional da Madeira, Alberto João Jardim se demitiu sem nenhum motivo, num acto de "guerrilha institucional" para tentar prolongar o seu mandato”.
Numa declaração lida no Largo do Rato (local de realização ao longo de 2006 de diversas reuniões de trabalho socialista, nas quais ficaram definidas a metrologia a adoptar no combate a João Jardim e quais as medidas que seriam objecto de atenção por parte do governo socialista de Sócrates) por Vitalino Canas, este resolveu criticar também a direcção nacional do PSD, por alegada "incapacidade de liderança e falta de coragem" para dissuadir Alberto João Jardim de apresentar a demissão. Canas “esqueceu-se”, de repente, que os socialistas nacionais andaram a planear no eixo Rato-São Bento todos os comportamentos politicamente mafiosos (porque nada sérios) contra a Madeira, que elaboraram um calendário de iniciativas políticas (partidárias) e governamentais, devidamente articuladas, esquema esse que foi mantido restrito, que tinha em consideração um determinado calendário que seria significativamente intensificado a partir do último trimestre de 2007, e vem agora dar moral ao PSD nacional por ter mostrado solidariedade com Alberto João Jardim e o PSD da Madeira? Mas quem é afinal este Canas, para querer ser um pregador de moralismos na política?
E que dizer – hipocrisia extrema – do comportamento oportunista, saloio e hipócrita, para não dizer energúmeno, de Canas e de outros socialistas, que se arvoram em “defensores” de Cavaco Silva e se colam oportunistamente ao Presidente da República, graças à cumplicidade lamentável deste (porque se mantém em silêncio perante estes factos e não reage), tentando branquear tudo o que disseram de Cavaco nos meses de antecederam a campanha eleitoral, da gravidade de acusações dirigidas ao candidato presidencial durante a campanha eleitoral, da linguagem rafeira e dos insultos que o brindaram antes de eleito? Só a memória curta, triste e lamentável – mas no meu caso não inesperada – de Cavaco pode ajudar a perceber (?) esta completa e absurda subversão de princípios na política. Mas, é caso para dizer, cada país tem os eleitos que merece."

8:08 da tarde  
Blogger Tiago Mendonça said...

Cara Mariana,

Foi de facto um momento marcante, nas intervenções públicas de Alberto João Jardim, no seu estilo bem pessoal, e dizendo o que, realmente, pensa. Concorde-se ou não.

Caro Padeira de Aljubarrota,

Realçou, quanto a mim, uma questão que considero fundamental ; A separação da vida pessoal e da vida profissional das pessoas, fez uma dicotomia entre o essencial e importante, e o acessório e " fait-divers". Focou o exemplo do Dr.Santana Lopes, e tenho que concordar consigo. Falou-se de tudo. Das saídas à noite ( que foram mentira, mas podiam, perfeitamente, ser verdade), dos oculos serem grandes ou pequenos, de ter mudado ou não as fotografias, de passar uma ou dez páginas no discurso, de se ter sentido ou não sentido mal, de ir de Férias para o Algarve ou para o Alentejo, de existirem obras ou não ao lado da sua casa de férias, de ter um acessor ou uma acessora, de ter tido duas ou três mulheres, de ir jantar as dez da noite ou à meia noite. Pergunto eu. O que é que isto interessa? Só a mentes " cuscas" deliciadas com o cor-de-rosa ( Não o do Partido Socialista ) da vida social. Terão sido estes os episódios que o Dr.Sampaio se escusou a comentar? Se sim, então, afirmo, com mais certeza, ter sido o pior presidente da républica do pós 25 de Abril. Quanto ao Dr.Alberto João Jardim, veremos o resultado das eleições regionais Mas garanto-lhe, que ainda veremos muitos outros resultados. Fique atento...e por aí.

Caro Augusto Emílio,

Concordo consigo, quando diz que a atitude de Alberto João Jardim foi a mais correcta. Não só a mais correcta, como a mais verdadeira, e até como a única possível. Alguém, tem que " calar " o Engenheiro Chantagista.

Cara Marta Mendonça,

É sempre gratificante, um comentário, neste tema, derivar de uma leitora madeirense. Fala, do que sabe, tem o conhecimento prático e pode percecpionar a obra do Dr.Alberto João Jardim. Obrigado pelo texto que nos disponibilizou, que quanto a mim, se reveste de enorme utilidade.

4:11 da tarde  

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