02 março, 2007

Teoria da Relação Amorosa

Depois de alguns post's mais de análise política ( e já agora remeto o leitor para a leitura do texto, anterior a este post, sobre a nova lei do tabaco e o regresso de Paulo Portas), volto à apresentação de teorias pessoais, exercitadas, com o sempre, interessante, debate de argumentos com outras pessoas. Hoje falo-vos do que chamo " Teoria do Amor", e que vem sustentar a minha ideia, da construcção do Amor, abandonando as teses que falam da " Quimica " ou da impossibilidade natural de duas pessoas poderem " juntar os trapinhos". Tenho uma ideia mais paragmática e menos subjectiva. Passo a expor então a tese, ficando a promessa, de tentativa de resposta aos comentários, pois reconheço a controvérsia que esta tese pode gerar.

A ideia geral que quero transmitir é que o " Abel " terá sempre possibilidade de vir a namorar com a " Beatriz ", e vice-versa. Não existe qualquer impossibilidade natural, de isto vir a acontecer, mesmo que o Abel diga que nunca teria nada com a Beatriz, seja por motivos físicos, psiquicos ou funcionais. Na minha opinião, qualquer pessoa do sexo masculino pode namorar com uma pessoa do sexo feminino, tal como o contrário, também se verifica. E isto porquê?

A meu ver tudo depende da escala de cada pessoa, ou seja, do que cada pessoa exige em termos temporais mas também materiais, e ao nível da prova sentimental, e o que a outra pessoa está disposta a dar, investir, lutar, trabalhar. De forma objectiva, o que uma pessoa está disposta a receber e outra pessoa esta disposta a dar. Passo a explicar, o que quero dizer, voltanto ao exemplo do Abel e da Beatriz, ainda que, deseje fazer uma nota prévia, antes de continuar a explicação. Esta teoria, ainda que vise demonstrar a possibilidade de qualquer pessoa " ter hipoteses " com qualquer pessoa, não exclui que, essas hipoteses, possam ser tão infimas, como ganhar o Euro Milhões, ou como ganhar o Euro milhões duas vezes consecutivas por exemplo. De qualquer forma, a probabilidade existe, ainda que mínima, e pode sempre ser aumentada e potenciada, dependendo dos intervenientes.

Vamos então supor, que a Beatriz diz, que necessita que o Abel lhe prove durante 3 anos a fio, uma serie de itens, para que ela perceba o amor dele, e possa então interessar-se por ele ( falarei da componente sentimental no final do texto). E aí, para além do tempo pretendido, Beatriz exige também que Abel saía do seu trabalho, compre dois presentes por dia, não tenha qualquer relação amorosa-ocasional nesse período, etc etc. Ora o que digo é que, se por caso Abel estivesse disposto a satisfazer exactamente todas as pretensões de Beatriz então teríamos reais hipoteses de ver mais um casalinho. Ora a grande dificuldade está, em primeiro lugar, conciliar as duas escalas, Beatriz e Abel estarem em sintonia, tendo que se conciliar duas escalas diferentes e duas predisposições distintas. Por outro lado, nenhum deles sabe qual a escala do outro, e pode desistir, por exemplo, a um mês do seu " objectivo" . É francamente díficil, este concilio, mas se acontecer, se um estiver disposto a ceder a condições incriveis, então existem reais possibilidades. Quantos de nós não conhecem casos, em que um rapaz diz, com aquela rapariga nunca namoraria, e ela, após meses ou anos de luta, consegue os objectivos. Para mim, esta teoria, resume-se em grande parte a uma questão de escala, não obstante, de por observação pessoal, podermos desde logo dizer que com aquele rapaz ou aquela rapariga existem 99% por cento de hipoteses e com outras pessoas 0,0000000000001% de hipoteses, por exemplo. Mas a possibilidade existe sempre.

Um bom contra-argumento seria o casamento, mas se me permite o caro leitor, penso que o posso transformar em mais um argumento. Uma aliança, não é mais, que um processo de sinalização, uma forma de expressar, que aquela pessoa, à partida, tem uma escala de dificuldade elevadíssima, mas nem assim se pode considerar impossível. Consideremos um marido, alcoolico, que espanca a mulher, lhe é infiel, e um amigo solteiro, que sempre a apoiou. Talvez ao fim de 20 anos, seja possível, esse amigo ascender à condição de marido. E mesmo que o marido não faça isso, é possivel. Mas neste caso, o que o marido fará pela mulher num dia equivalerá ao que o amigo faz em 6 ou 7 anos por exemplo. O marido tem sempre prioridade, mas se nada fizer, e se outra pessoa tudo fizer, podemos ter aqui uma situação que pode levar a uma situação de infidelidade, situação que penso, nunca ser da inteira culpa de uma pessoa, ainda que quem traia tenha uma grande parte de culpa, a meu ver, essencialmente pela questão da mentira e falta de frontalidade para finalizar a relação onde não esta contente, a pessoa traída, em muitos casos, também não procedeu da melhor forma e criou condições para que isso acontecesse.

Em suma, pretendi mostrar, que uma relação amorosa é sempre possível, na medida em que escalas de disponibilidade de dar e de receber se cruzem. Contudo, não poderia, terminar, sem fazer referência à parte sentimental, que obviamente, assume um papel fundamental na relação amorosa, na medida em que, é o amor originário ( e não o construído ) que permite uma primeira aproximação, permite um aumento drástico na escala das possibilidades de relação amorosa, e sobretudo permite a tolerância de falhas e a diminuição de exigências caprichosas. Mais, por ter aqui apontado, uma visão racional e objectiva, desta temática, não signifique que pense, que devemos agir sempre usando só o cerebro e esquecendo o coração. Não, por vezes, devemos mesmo só usar o Coração, ainda que as possibilidades de sofrermos aumentem exponencialmente, só assim, atingimos um grau de felicidade óptimo.

8 Comments:

Blogger Padeira de Aljubarrota said...

Uma série de acontecimentos extraordinários e a conjuntura ideal, podem levar quaisquer duas pessoas a desenvolver sentimentos afectuosos, de atracção física, ou outros, uma pela outra. Já te o disse várias vezes e, como tu acredito nisso. Por mais ínfima que possa ser a "probabilidade", ela existe sempre. Uma série de acontecimentos extraordinárias poderão ter consequências extraordinárias. Ninguém acredita que eu daqui por 10 anos esteja casado com a Shakira, e de facto a probabilidade de ela desenvolver qualquer tipo de atracção por mim é residual, mas se eu me inscrevesse numa escola de música, formasse uma banda que atingisse o estrelato internacional e participasse num espectáculo com ela, as minhas "hipóteses" aumentariam clamorosamente. É a probabilidade de se darem os acontecimentos condicionantes para determinada situação que ditam a hipótese que essa mesma situação tem de se concretizar. Aplico esta teoria, não só para as relações inter-pessoais, mas a tudo na vida.

Tudo é possível, e lá está, depende daquilo que estamos dispostos a fazer ou a abdicar para que aconteça, de facto. Explicando, se calhar estou disposto a passar cinco horas numa fila à chuva, gastar 500 euros, e percorrer 200km a pé para ver o Sporting na final da Liga dos Campeões, enquanto que só vou ver um jogo no Estádio da Luz (que não com uma equipa com que simpatize) se me oferecerem um bilhete e não tiver nada melhor para fazer. Isto não é nada mais nada menos que um conceito básico de economia: o conceito de "custo de oportunidade". A célebre frase "não há almoços grátis" refere-se a isso mesmo, um almoço, mesmo que não o paguemos, "custa-nos" o valor da melhor opção que deixamos de tomar, para tomarmos a que tomámos. Escrever num blog, pode não ter custos monetários, mas enquanto o fazes, Tiago, não estás a fazer outra coisa. É esse o seu custo.

Voltando ao tema, para estar com determinada pessoa, temos que abdicar de uma série de coisas, temos de calcular o seu custo de oportunidade. A relação dar-se-à apenas quando os custo de oportunidade (para ambos) for menor que o proveito da relação (provavelmente medido pelo nível de satisfação ou felicidade que transmite). É aí que entra a questão das escalas.

Depois há a variável que não é possível calcular ou quantificar; a sentimental. Podemos teorizar as horas que quisermos sobre estes “assuntos do coração”, mas não passam disso mesmo, “assuntos do coração”. É ele que dita as regras, ou melhor, não há regras!

4:06 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Bem até fiquei zonza com o teu post e o comentário...! Que frieza hein.. !?
Pois, acho essa tua teoria até bastante convicente e optima para o ego de qualquer pessoa! Se eu fosse uma rapariguinha apaixonada pelo Tom Cruise juro que depois de ler isto saia cheia de esperança e com a confiança ao máximo que algum dia o dito Tom Cruise ainda me ia comer na mão... =)

Concordo contigo até certo ponto.. Desde que duas pessoas tenham a sorte de se cruzar, apartir dai muita coisa pode acontecer...
Só acho que esta teoria "estraga" toda a ideologia e todo o encanto que eu tinha sobre o amor! Será que essa ideia de dar e receber, quantificar e sacrificar tem mesmo alguma coisa haver com o amor? o bonito do amor não será a naturalidade, espontaniedade e magia que possa exitir entre duas pessoas? Se em vez disso traçarmos um objectivo e a partir dai trabalhamos para o conquistar não estamos a transforma-lo numa simples questão mental e não sentimental? Acho que ao fazermos isso, perdemos o bom do amor, ou seja todo o encanto é substituido pelo jogo, pela matematica, pelo caminho definido para a conquista?

Sempre ouvi dizer, sempre disse e sempre gostei de acreditar que não se escolhe quem se ama.
Esta pessoa por que me dá isto e se esforça aquilo mereçe o meu amor, e puf estou apaixonada e até tenho uma relação com essa pessoa, por que esses tais dois presentes diarios me sabem mesmo bem.. e isso faz-me amar a tal pessoa. Engraçado eu a isso chamo egoismo, comodismo e conforto. Nunca vou amar ninguem pelo que faz e trabalha, apenas pelo que essa pessoa realmente é.
E quando alguém diz que se apaixona por alguem que apenas trabalha está redondamente enganada e no dia em que o trabalho acabe, acaba também o amor! Acaba por ser um trabalho ingrato... =)
Quanto à aliança acho que é unicamente um simbolo que a nossa sociedade encontrou para à partida "defender" os casais, pois alguem de aliança teoricamente não está disposto e disponivel para certo tipo de coisas e provavelmente também pela necessidade de posse, talvez a aliança seja para muitas pessoas como uma corrente! Muitos casamentos não resultam pois as pessoas quando pôem a aliança esquecem-se que o casamento é feito cá dentro.
Bem e por ultimo, a minha opiniao mais sucinta...
Claro que é possivel que me cruze com o Luis Figo e que até o conheça, até posso conseguir algo mais com ele mas sempre na base do meu trabalho, do meu esforço... posso conseguir que esteja comigo por conforto, mas nunca por amor!
Claro que é bom ter objectivos e trabalhar por eles, mas vejo o amor como uma exepção à regra!
Beijinhos

9:18 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

"Há coisas que não são para se perceberem. Esta é uma delas.
Tenho uma coisa para dizer e não sei como hei-de dizê-la.
Muito do que se segue pode ser, por isso, incompreensível.
A culpa é minha.
O que for incompreensível não é mesmo para se perceber.
Não é por falta de clareza. Serei muito claro.

Eu próprio percebo pouco do que tenho para dizer.
Mas tenho de dizê-lo.
O que quero é fazer o elogio do amor puro.
Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade.
Já ninguém quer viver um amor impossível.
Já ninguém aceita amar sem uma razão.
Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de
prática.
Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado.
Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido.
Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama.
Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria.

Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de
antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em "diálogo".
O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios

Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões.
O amor transformou-se numa variante
psico-sócio-bio-ecológica de
camaradagem.


A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível.
O amor tornou-se uma questão prática.
O resultado é que as pessoas, em vez
de se apaixonarem de verdade, ficam
"praticamente" apaixonadas.

Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do
amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas,
farto de compreensões, farto de conveniências de serviço.

Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como
os de hoje.
Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia,
são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá bem, tudo
bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides,
borra-botas, matadores do romance, romanticidas.

Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem
fim, a tristeza, o
desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença
que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao
mesmo tempo?

O amor é uma coisa, a vida é outra.
O amor não é para ser uma ajudinha.
Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a
pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o
nosso "dá lá um jeitinho sentimental".

Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso.
Odeio os novos casalinhos.
Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice,
facada, abraços, flores.
O amor fechou a loja.
Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade.
Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo.
O nosso amor não
é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para
nos fazer felizes.
Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar.
O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu,

a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto.

O amor é uma coisa, a vida é outra.
A vida às vezes mata o amor.
A "vidinha" é uma convivência assassina.
O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um
destino. O amor puro é uma condição.

Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe.
Não é para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa
alma.
É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não
apanha, não larga,
não compreende.
O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária.
A ilusão é bonita, não faz mal.
Que se invente e minta e sonhe o que quiser.

O amor é uma coisa, a vida é outra.
A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe.

Num momento, num olhar, o coração apanha-se para
sempre. Ama-se alguém.

Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente.
O coração guarda o que se nos escapa das mãos.
E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela
que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem.

Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se
ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho

triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder.
Não se pode resistir.
A vida é uma coisa, o amor é outra.
A vida dura a Vida inteira, o amor não.
Só um mundo de amor pode durar a vida inteira.
E valê-la também."

Miguel Esteves Cardoso

4:31 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Subscrevo o comentário de luís guerreiro.

"Elogio ao amor", todos merecem conhecer este poema. A geografia sentimental pode ser politicamente incorrecta, mas afectivamente é a mais certeira e não podia estar mais de acordo...

10:59 da manhã  
Blogger Tiago Mendonça said...

Caro Padeira de Aljubarrota,

Li atentamente o seu comentário, e de facto, concordamos com esta perspectiva, da possibilidade, infima, mas sempre presente em qualquer situação, em especial, nesta questões do coração e do amor. Contudo, penso que existem alguns pontos, em que devo, fazer uma clarificação, para uma maior vernaculidade, na intrepretação do meu texto:

Falou no exemplo, da Shakira, e sim, nesse ponto, mantenho a mesma teoria da escala, mas aí, tal como refere, a possibilidade muítissimo infima, mas mesmo aí, existe uma possibilidade, mas uma possibilidade, quase infinitamente impossível, talvez, a mesma de ganhar consecutivamente 5 ou 6 euro milhões. Mas existe.

Depois, faz a referência, a aplicação desta teoria em tudo na vida. Se não em tudo, penso que em quase tudo, pode ser aplicada. Quais seriam as hipoteses do Prof.Cavaco Silva aos 18 anos pensar vir a ser primeiro-ministro e Presidente da Républica? Talvez ainda menos, do que as suas hipoteses. Quem diz Cavaco Silva, diz qualquer pessoa, provavelmente José Socrates nunca pensou vir a chegar a primeiro ministro, mas chegou, fruto do seu trabalho, conseguiu começar numa escala de possibilidade altamente improvável e tornar a possibilidade como possível.

Depois a questão do custo de oportunidade, muito bem levantada. Uma questão complicada e impeditiva, é que talvez ninguém esteja disposto a investir 10 ou 12 anos da sua vida, em submissão total, porcausa de uma ou várias pessoas, até porque não há garantia, pelo menos não se sabe quando, do seu retorno. Um investimento mínimo ( para quem segue o Curso Superior ) de 17 anos em estudo, não é garantidamente retornado no momento de ingressar no trabalho.Mas também ninguem cuja sanidade mental, esteja nos seus parametros normais, aplicará 100% da sua vida ao estudo.

Por ultimo, úma coisa muito importante, que merece o esclarecimento, que é a questão sentimental. Sem dúvida, que a questão sentimental é importante. É a chave, é o que faz as coisas serem bonitas, o que faz as coisas valerem a pena. Sabemos que aquela pessoa vai gostar de um ramo de rosas, sabemos que isso, nos traz mais ou menos possibilidades, mas faze-lo sem sentimento, não vale de muito.

4:20 da tarde  
Blogger Tiago Mendonça said...

Cara Mariana,

Talvez seja importante começar, afirmando que esta teoria, é fruto de uma observação e de um pensamento, mas que não é necessariamente aplicada por mim. Sobre levantar o ego de qualquer pessoa, de forma fria, como considerou ser o post, talvez não levante assim tanto. È que existem pouquissimas pessoas capazes de trabalhar e cumprir a escala, que provavelemente um Tom Cruise terá, ou o que um simples anónimo terá. Por isso, não sei se será bom ou mau.

Diz, que caso as pessoas se cruzem, muita coisa pode acontecer, o que talvez vá um pouco contra o que já defendeu, mas de qualquer forma, vejo-me obrigado a concordar consigo, de facto a partir desse momento muitas coisas podem acontecer. Por exemplo, se uma pessoa for bem educada e a outra mal educada, uma pode ser mais pura, pode ter melhores intenções, mas por certo, a cara leitora, colocará num patamar diferente a pessoa bem educada. Talvez isso, signifique um acrescimo de "hipoteses", talvez sempre faça sentido, a questão da escala.

Mais duas questões, é obvio, que o amor conta mais, mas já não lhe ocorreu, dizer, com aquela pessoa nunca teria, nada e depois, passado uns meses poder ter alguma hipotese, nem que seja, ao nivel de uma amizade? Esta escala, apenas prova o grau de possibilidade, mas obviamente que o amor existe e é fundamental para que se desenvolva uma relação amorosa estável.

Mas, cara Mariana, por muito que se ame, se formos por exemplo, expontaneamente, egoistas, isso poderá não servir de muito, ou poderá mesmo ser atentatório à propria relação. Talvez, por vezes, se não, pensarmos, que agora é hora de abdicarmos das nossas coisas em prol das da outra pessoa, mesmo que isso nos custe, ou seja imperceptivel, devemos faze-lo. E isso é uma atitude pensada, uma atitude, que foge ao domínio do amor, e entra pelo caminho da razão, mas não penso ser, menos importante para o manter de uma relação.

Por ultimo, um ponto geral, que elucide todos os eleitores. Acredito, apesar desta teoria, e de alguma observação pessoal, mais triste, que existem pessoas, que em determinados momentos são inacessíveis. Se assim não fosse, nenhum de nós teria namorada ou nenhum de nós se casaria. Talvez o fim das relações, possa ser mesmo, quando detectamos, que deixa de haver essa inacessibilidade, não só nas relações com os outros, mas mesmo no domínio interno da própria relação.

4:29 da tarde  
Blogger Tiago Mendonça said...

Cara Luís,

Um belo poema, é sempre bom detectar o seu conhecimento literário e abertura para estas coisas do amor, ainda que como referiu, concorde com esta teoria. Aliás, devo mesmo confessar,que foi em parte, do debate com o Luís Guerreiro, que consegui limar algumas arestas no meu pensamento sobre esta teoria. Ainda que tenha pequenas divergências consigo, acabei por lhe dar razão nesta temática, e desta forma, com alguns pensamentos meus, mas sem dúvida com algumas chamadas de atenção suas, construí esta teoria.

Cara Ana,

Saudo o seu regresso à escrita, aqui, no Cascata Negra. Concordo, o poema, é sem duvida, um bela peça literária. Concordando com o poema, discorda de mim e do Luís, no que respeita à restante teoria. De todo o modo, repare, que nunca pretendi excluir o amor, e a componente sentimental, desta equação, que acaba por ser a própria vida. " Isto " só e giro, se feito com amor, com amizade, com carinho, com irmandade.

4:35 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

No que diz respeito ás possibilidades e probabilidades, creio que nada na vida é impossível, mesmo com muitas barreiras e poucas hipoteses, acredito que alcançamos tudo aquilo por que nos decidimos lutar.
«Como não sabiam que era impossível,fizeram-no»
Esta minha convicção aplica-se também ao campo amoroso. Portanto, concordo com parte do teu texto Mendonça.
Para finalizar, tenho de dizer que ler "Elogio ao amor" fez-me sorrir. Entendo cada palavra, e não as queria entender. Hoje em dia o "amor" é ponderado e existe na quatidade meramente necessária.
Tornámo-nos cobardes.
Não conhecia o poema. É lindo.

Jesuss

11:10 da tarde  

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