Sem-Abrigo. Porquê?

Hoje estive a passear pela zona do parque das nações, a zona envolvente da gare ,transmudal, do oriente, sendo que esse sítio, a Gare do Oriente, acolhe todas as noites perto de uma dezena de sem-abrigo. Enquanto deambulava, debatia com a minha companhia, o grave problema social, que para mim configura a existência de pessoas sem uma casa, sem um tecto e também referia que para mim este nem é um dos problemas mais dificeis de resolver, muito pelo contrário. Ora é essa solução que gostava de compartilhar com o caro leitor. Quanto custará construir uma infraestrutura, em Lisboa ( Apenas um exemplo que poderia ser feito em várias cidades, sendo o custo proporcionalmente menor ao numero de sem-abrigos existentes) dotada de camaratas, duche e luz , em suma, o minimo das condições básicas de sobrevivência? 1% do custo da construção do Estádio de Leiria que tem uma média de 1500 espectadores? Menos? Pois é, a construcção dessa infrastrutura tiraria muitos sem-abrigo da rua. Em questões sociais, nunca devemos extremar a parte económica, mas é fundamental raciocinarmos em termos económicos, sob pena dos nosso designios sociais esbarrarem na utopia. Neste sentido, um custo muito maior que se colocava seria o da alimentação. Neste ambito, relembrar que já ha instituições que concedem alimentação aos pobres, passariam a poder faze-lo ainda de forma mais eficaz e abundante pois poupariam nos custos de transacção inerentes ao transporte que circula por toda a cidade. O problema da alimentação seria resolvido, imagine-se, sem custos para o estado!. Depois de termos esta reabilitação ( Nestes espaços o controle do consumo de estupefacientes seria muito mais eficiente, até porque o custo de ter um médico, três enfermeiras e dois psicológos nesta estrutura seria infimo para as receitas estatais) passariamos a colocar em prática um programa que tentasse colocar estas pessoas a trabalhar. Pequenos trabalhos de serralharia, carpintaria, trabalhos eléctricos, cantoneiros ou mesmo a limpeza das ruas são exemplos de trabalhos que estas pessoas poderiam fazer para se re-integrarem na sociedade, e na pior das hipoteses, continuariam a habitar nessa infra-estrutura, mas motivados, com o seu proprio rendimento e com uma melhoria significativa da sua qualidade de vida, na melhor, seriam completamente integrados na sociedade, tendo um trabalho, uma pequena casa e quem sabe constituirem família, voltando ao curso normal da vida. Por vezes, pensamos em grandes eventos como o Euro2004, a Expo98 ou o Rock in rio, pensamos nos grandes acontecimentos, nas grandes construcções, nos grandes eventos, e esquecemo-nos que com pequenissimos gestos podemos ajudar pessoas iguais a nós, que podemos contribuir para alguém ter um bocadinho da nossa felicidade.