05 novembro, 2006

Pena de Morte

O ditador iraquiano Saddam Hussein foi condenado hoje à pena de morte por enforcamento, por ter cometido crimes contra a humanidade. Esta veredicto, vem quanto a mim, relançar o debate sobre a pena de morte: Será que a pena de morte é admissivel em casos extremos, como a pedofilia, o homícidio ou os crimes contra a humanidade ? Ou pelo contrário, como a grande maioria dos estados ocidentais defendem, nada admite uma pena de morte, sendo a vida humana inviolável? Será porque alguem matar, temos nós o direito de matar também? Não será isso gerar violência? Ou determinados crimes assim o exigem? É um tema actual, até porque, por exemplo, a entrada da Turquia na União Europeia, está pendente por esta questão da pena de morte e da violação dos direitos do homem.

4 Comments:

Anonymous Anónimo said...

A pena de morte é um tema realmente muito complexo... Um facto é que quem comete um crime tem de ser responsabilizado e responder pelo mesmo, agora se temos o direito de matar quem matou eu não sei... A vida é tudo, é o mais importante que existe. Sem vida não existe nada, mas com vida pode existir tudo.
Eu pessoalmente considero que a pena de morte não é uma boa opção e devido a vários pontos de vista.
Se por um lado, somos mais crueis e achamos que o correcto é fazer sofrer que magou então não existiram maneiras muito mais dolorosas de fazer sofrer que a pena de morte?
Se por outro lado achamos que fazer sufrer é sermos iguais aos criminosos(normalmente pessoas doentes)e simplesmente achamos que devem pagar o que fizeram, acho também estranho que mortos possam fazer mais que vivos (trabalhos de serviço social com a devida segurança seria talvez uma maneira de fazerem esse tal "pagamento" à sociedade. E sim isso ja deve existir mas talvez exista de menos):
Em tudo existe sempre o verso da moeda, neste caso talvez mais "bondoso". Entao e se matamos um inocente? Nos EUA isso acho que até é frequente, ai não estamos a ser iguais a eles mas sim piores, porque se nem a justiça é justa o caso vai muito mal parado.
Por ultimo, só os vivos se podem curar (no caso de serem doentes), mas também só os vivos se podem arrepender e mudar (pelo menos de forma ultil)
Eu como ser humano não tenho o direito de condenar um ser igual duma maneira tao extrema e irreversivel ainda por cima não vendo de todo a vantagem e até a justiça dessa suposta justiça.
Muito bom tema, os meus Parabens Tiago (mais uma vez =p)

9:16 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Excelente tema e muito bem colocado à discussão. Eu concordo com a Mariana, acho que a pena de morte não deve ser considerada uma solução pelo menos nas sociedades que se reclamam defensoras dos direitos do Homem. Pode até parecer uma resposta eficaz a quem comete crimes horríveis e desse modo se dissuadem outros de tentar o mesmo caminho. Uma parte das penas são castigo, mas outra parte são um sinal de que há determinados comportamentos que não terão clemência. Mas, ainda assim, não devemos ceder à tentação de punir com a morte porque esse é também um sinal de impotência para enfrentar com os nossos princípios e com as nossas regras de convivência aqueles que não se dispõem a cumpri-las. É quando esses princípios são postos à prova é que vemos até que ponto somos sinceros quando os afirmamos.A Europa é contra a pena de morte e Portugal foi pioneiro na abolição dessa pena.

12:54 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

É muito complicado o tema da pena de morte. Penso q um ser humano que comete um crime, por muito grave q este seja, nao deve ser condenado por outro ser humano, q tmb nao está livre de errar. Também acho q em certos casos uma prisão perpétua (por exemplo) é mais penosa q a morte instantânea, q pode satisfazer as pessoas proximas à vitima, mas nao vai apagar os possiveis crimes. Vai ser apenas levar a outro.
Também há a questao dos erros, a justiça n é perfeita. E se a pessoa estiver inocente não há nada a fazer... pode-se soltar alguem da prisao, mas por enquanto não se consegue fazer voltar uma pessoa do reino dos mortos !

7:57 da tarde  
Blogger Tiago Mendonça said...

Cara Mariana, Suzana e Ana Teresa,

Os vossos comentários vêm ao encontro da minha linha de pensamento. Não considero que a pena de morte seja a solução, aliás, não considero que qualquer solução passe pela morte, para além de considerar que se apenas Deus tem o direito de dar a vida, não deve ser uma entidade humana a retirar a vida. Essa questão já num patamar acima do patamar humano, está a um nível divino.

Em termos de análise prática aos vossos, sábios, comentários, salientar a concordância com a Mariana, na opcção por penas de prisão pesadas e de trabalho social. Penso que nos piores crimes, até será bem mais custoso, um trabalho social elevadíssimo e uma pena de prisão muito extensa. Salientar do comentário da Suzana, o facto de Portugal ter sido pioneiro na abolição dessa pena. Um sinal de civismo, maturidade política e judicial que por vezes, infelizmente, contrasta com outras decisões. Quanto ao comentário da Ana Teresa, considero a parte de final desse mesmo comentário muito importante. A ironia que utilizou, explica muito bem uma questão simples : Se matamos alguém inocente, cometemos uma injustiça imensa ( nesse caso não deveria o julgador depois ser condenado também - é que talvez a questão da violência gere mesmo violência, a morte gere, efectivamente morte ) e é impossível trazer essa pessoa de novo ao mundo. Quanto as prisões perpétuas por exemplo, é sempre possível libertar a pessoa, ainda que após uma injustiça grande e os anos de vida retirados de forma injusta. Mas pelo menos tiramos anos de vida e não toda a vida.

3:05 da tarde  

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